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domingo, 13 de fevereiro de 2011

PALMAS FUTEBOL E REGATAS AGONIZA EM DÍVIDAS

Ainda em primeiro lugar no ranking da CBF no Tocantins, ocupando a 155ª colocação no geral e dono do maior número de títulos estaduais, o Palmas Futebol e Regatas vive hoje o período mais crítico de sua história de 14 anos. O clube acumula uma dívida de cerca de R$ 800 mil, principalmente, com ações trabalhistas.
O resultado da decadência foi exposto de forma triste nos últimos dias, quando nenhuma chapa foi formalizada após duas tentativas de se realizar as eleições no clube. De nada adiantaram os dois editais de convocação para o pleito. Ninguém quis tentar assumir o "abacaxi" tricolor - nem mesmo os conselheiros (30 efetivos e dez membros do conselho deliberativo).
Atual presidente do Conselho Deliberativo, Donizete Aparecido Pedro da Silva (Pedro Imóveis), que confirmou a dívida, vê nas dificuldades financeiras pelas quais passam o Palmas o motivo para tanta indiferença.
LUZ NO TÚNEL
Uma nova reunião para eleger o próximo presidente do Palmas ficou agendado para a próxima terça-feira, às 19 horas, na Imobiliária Pedro Imóveis, na Capital. Sem revelar o nome do grupo, cogita-se nos bastidores de que algumas pessoas devem aparecer na reunião para apresentar proposta de assumir o clube. Caso isso seja mais uma tentativa frustrada dos conselheiros, será criada uma comissão para homologar Pedro Imóveis como presidente Executivo. Só resta saber, se ele vai aceitar.
Para o primeiro presidente do Palmas (1997), Valter Borges, além da má administração, falta de comando de alguns dirigentes, faltou também amor pelo clube, coisa que no passado isso havia, e muito, segundo ele. "Hoje ninguém quer assumir o clube por falta de credibilidade. Quem vai colocar seu CPF à disposição do clube sabendo que pode perder seus bens", ressaltou Borges, afirmando, no entanto, que se um grupo de pessoas assumir o clube e adotar um jogador para pagar os salários, isso facilitaria a vida do futuro novo cartola. 
Já o último presidente, Josa Alves, lembra que o clube surgiu com foco no poder público e não tem o sentimento do torcedor. "Na minha visão surgiu de cima para baixo. Enquanto tiver pessoas com o pensamento só no poder público, as coisas vão continuar do jeito que estão", ressaltou ele, afirmando que o Palmas precisa ser um produto de consumo do torcedor.
TORCEDOR
Presente em boa parte da criação e fundação do Tricolor seja nas arquibancadas ou dentro das quatro linhas, sempre incentivando o time de coração, no Tocantins, o torcedor-símbolo Juarez Montezuma de Souza, o popular Bigode, atribui a situação atual às más administrações de alguns dirigentes, sem citar nomes. Para Bigode, muitos deles eles eram desorganizados e acabaram perdendo o controle, o que levou o clube no fundo do poço. Ele sugere ao próximo presidente que seja mais organizado, busque investidores não só no poder público, mas na iniciativa privada e mantenha políticos influentes e que venham a trazer recursos para a instituição. "O Palmas precisa conquistar novamente a credibilidade que perdeu por conta de tudo isso, mas acredito que vá reverter esta situação. E não pode esquecer as categorias de base", sugeriu Bigode.  
ARTILHEIRO
Autor do primeiro gol em uma partida oficial do Palmas, ocorrida no dia 30 de março de 1997, pelo Campeonato Tocantinense, quando foi derrotado pelo Interporto por 2 x 1, no Estádio General Sampaio, em Porto Nacional, o atacante Belziram não esconde a tristeza com o momento do clube e também atribui o insucesso à má administração de alguns gestores, muitos deles sem compromisso com a instituição Palmas, lembra.
TÉCNICO
Jogador, técnico e presidente do clube, Belmiran José de Souza se diz constrangido de ver a situação em que se encontra o Palmas. Segundo ele, isto é reflexo de alguns dirigentes que assumiram o clube sem ter qualquer compromisso, fazendo a agremiação perder a credibilidade. Ele acredita que é preciso começar do zero, criando um novo quadro de associados, porque não basta colocar pessoas com dinheiro e conveniência política no clube. "Precisamos colocar pessoas interessadas em vestir a camisa e resolver os problemas do clube", comentou o ex-dirigente.
TRAJETÓRIA DO TRICOLOR
Na noite do 31 de janeiro de 1997, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG), com a presença do então governador Siqueira Campos,  surge o Palmas, o primeiro clube profissional da Capital. Porém, para que este sonho tornasse realidade, foi preciso o empréstimo da documentação da Sociedade Esportiva Canela, equipe amadora do distrito de Canela, fundada em 8 de agosto de 1991, que já estava regularizada na Federação Tocantinense de Futebol (FTF). Fato que aconteceu. Seu primeiro presidente foi Valter Borges. Depois passaram pelo clube Manoel de Jesus, Alexandre Ubaldo, Milton José Silva, José Silva Pinto, Arnaud Rodrigues, Belmiran José de Souza, Cláudio Albuquerque, Carlos Henrique Gaguim, Adagsmar Araújo, Fernando Rezende, Ton Belarmino e Josa Alves.
O primeiro técnico do Palmas foi José Vieira. Siqueira Campos, um dos idealizadores do surgimento do clube, foi o primeiro desportista a assinar o livro-ata.
O primeiro título Tocantinense foi conquistado em 2000, no campo atual da Escolinha Nilton Santos, já que a Capital ainda não tinha o Nilton Santos. Com uma campanha invicta, cinco vitórias em cinco partidas, o Palmas foi o primeiro colocado da primeira fase. Na semifinal, desbancou o Gurupi, empatando o primeiro jogo em 1 x 1 e vencendo o segundo por 3 x 0. Na primeira partida da decisão, em 18 de junho de 2000, em Porto Nacional, o Palmas foi derrotado pelo Interporto por 3 x 1. No segundo jogo, dia 22 de junho, no campo da 407 norte (Arno 43), em Palmas, o tricolor reverteu a situação e derrotou o adversário por 2 x 0. Três dias depois, as duas equipes voltaram a se encontrar na Capital para a realização de um jogo extra. O Palmas novamente venceu por 2 x 0, gols de Matera e Eudes, e faturou o título. O técnico era Carlos Magno.
TÉCNICOS:
Coube a Zezé Vieira proeza de ser primeiro técnico do Palmas. Depois passaram pelo clube nomes como Ivan Gradin, Perica, Alécio Gomes, Belmiran José de Souza, Vicente, Carlos Magno, Sérgio Belfort, Tomaz Abreu, Edson Frank, Djalma Lima, Everaldo Bezerra, Luiz Dário, Roberto Oliveira, Ernesto Guedes, Paulo Mendes, Haydn Lins e Márcio Goiano. Consta na história do clube que o 100º jogo oficial aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2001, em Brasília, pela Copa do Brasil,  e o Palmas perdeu para o Gama, por 1 x 0.
A DECADÊNCIA
Com muitas dívidas e desmontado dentro e fora de campo, 2010, com certeza, foi o pior ano da história do Tricolor, que foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Tocantinense. Porém, no mesmo ano, retornou à elite ao ser vice-campeão - perdeu a decisão para o Guaraí.
RANKING
Das 419 equipes ranqueadas no ano passado pela CBF, o Palmas aparece na 155ª posição com 33 pontos, e é o primeiro do Estado.
TÍTULOS
O Palmas é o recordista de títulos estaduais. Foram cinco - (2000/2001/2003/2004/2007). Três deles foram conquistados sob o comando do técnico Carlos Magno (2000/2003/2004). Em 2001, o técnico era Ivan Gradin; em 2007, Roberto Oliveira.
Fonte: Reinaldo de Jesus Cisterna/JT

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