Ministério Público exige concurso e fim de contratações irregulares em Aparecida do Rio Negro (TO)
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) ajuizou, na quinta‑feira (13),
ação civil pública contra o Município de Aparecida do Rio Negro para
obrigar a realização de concurso público e a cessação das contratações
irregulares de servidores. O último certame municipal ocorreu em 2012.
A ação, proposta pelo promotor João Edson de Souza, titular da
Promotoria de Novo Acordo, aponta excesso de servidores contratados e
comissionados que exercem atividades típicas de cargos efetivos como
assistente administrativo, técnico de enfermagem e motorista, o que
configuraria burla aos princípios do concurso público, moralidade e
impessoalidade.
Dados apresentados pelo próprio Município em 2024 revelam
predominância de vínculos precários: apenas 44,9% de efetivos na
educação; 47,1% na saúde; 20,8% na assistência social; e 21,6% na
administração geral. Segundo o MPTO, essas taxas evidenciam déficit
estrutural de pessoal.
Antes de recorrer ao Judiciário, o Ministério Público tentou solução
administrativa. Em 2022 o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu
alerta ao gestor sobre indícios de déficit de pessoal efetivo e caráter
repetitivo das contratações temporárias, sem resposta eficaz do
Município, motivando a presente ação.
A Promotoria requer que o Município cesse as contratações
irregulares, extinga contratos temporários que violem a Constituição e
instaure procedimento administrativo para realizar concurso no prazo de
90 dias. Após essa etapa, a prova seletiva para preenchimento dos cargos
vagos deverá ocorrer em até 180 dias.