terça-feira, 15 de março de 2011

MARABÁ PODERÁ TER A MAIOR CHEIA DO ANO NA QUARTA (16)

Casa Totalmente Alagada em Marabá-PA

Na próxima quarta (16) o rio Tocantins, em Marabá, poderá atingir o maior nível este ano: 12,32 metros (2,32 metros acima do nível de alerta). A previsão foi divulgada na última sexta-feira pela Eletronorte, através do Boletim de Vazões e Níveis. A subida rápida do nível dos rios Tocantins e Itacaiúnas pegou muita gente de surpresa, inclusive os órgãos públicos.
No ano passado, o maior nível registrado no Tocantins foi 11,98 metros, no dia 10 de maio. Este ano, no dia 06 de março, domingo de Carnaval, o nível chegou a 12,22 metros. “Desde o dia 7 o nível do rio está em baixa. Na sexta-feira estávamos com 11,72 metros. Desde o domingo de Carnaval a Defesa Civil não fez mais nenhuma remoção de famílias para os abrigos”, disse o coordenador da Defesa Civil no município, Joab Barbosa.
CESTAS BÁSICAS
As primeiras cestas básicas começaram a ser distribuídas aos desabrigados neste final de semana. São 383 famílias desalojadas pela subida no nível dos rios Tocantins e Itacaiúnas. O número de pessoas nos abrigos mantidos pela Prefeitura de Marabá já chega a 1.682, de acordo com a Defesa Civil Municipal. Além da comida, uma equipe de cerca de 40 pessoas se mobiliza diariamente para atender aos moradores atingidos pela cheia. São servidores da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outras secretarias municipais que fornecem desde a água para beber a até assistência social. Novas cestas só serão distribuídas em uma semana.
A carência é grande nos abrigos. A maioria dos desabrigados vive de bico ou tem a atividade econômica relacionada à pesca ou com pequeno comércio. Longe de casa, alguns do local de trabalho, muitos estão sem renda alguma. Faltam roupas, remédios ou mesmo um colchão para dormir, já que alguns perderam pertences com as cheias.
Márcio Lopes Lima, 25, está no abrigo público há um mês. Com a esposa e mais quatro filhos, ele ficou um pouco mais aliviado com a chegada da cesta básica. “Isso aqui segura uma semana”, disse o autônomo, mostrando a sacola com arroz, feijão, biscoito, entre outros itens. A desabrigada Janete Ribeiro, 60, pegou a cesta básica, mas nem pôde carregá-la. Com dor, ela pedia insistentemente por “ampicilina”, medicamento recomendado pelo médico para aliviar a dor da extração de um dente. “Eu só queria estar na minha casa. Aqui falta tudo pra gente”, disse, emocionada.
Joab Barbosa diz que, por enquanto, só recursos municipais estão arcando com os prejuízos da cheia. Há mais de uma semana a Prefeitura de Marabá decretou situação de emergência em nove áreas do município, e pretende solicitar ajuda estadual na assistência aos flagelados. Mas até agora, nada. Barbosa também destaca a falta de solidariedade da população e da própria classe empresarial de Marabá. “Há alguns anos algumas empresas emprestavam caminhão para entregar comida, outras promoviam campanhas. Mas este ano, nada disso estamos vendo”.
Fonte: Diário do Pará e Correio do Tocantins

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