quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Gaeco/MPTO deflagra operação contra possível esquema de corrupção em hospital público de Araguaína

 O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Gaeco, deflagrou na manhã desta terça-feira (4) uma operação para desarticular uma suposta organização criminosa que atuava no Hospital Regional de Araguaína (HRA).

 A investigação apura crimes de corrupção, venda de procedimentos cirúrgicos, favorecimento político e esquema de “fura-fila” no SUS.

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços de servidores e outros investigados em Araguaína. A ação, com apoio da Polícia Civil, visou a apreensão de dispositivos eletrônicos, documentos e bens que possam comprovar o envolvimento nas práticas ilícitas.

Segundo o Gaeco, as apurações, iniciadas em maio de 2022 a partir de denúncia anônima, indicam que o grupo tinha divisão de tarefas e atuava para obter vantagens econômicas e políticas. Entre as supostas práticas estão a comercialização de cirurgias e resultados de biópsias, manipulação do fluxo de internações para privilegiar pacientes indicados por políticos ou pagantes, e coação a servidores terceirizados.

A investigação aponta que a organização seria liderada por um membro da alta direção do hospital, que teria atuado como gestor intelectual do esquema, orientando servidores e alterando regulação de procedimentos. Também são investigados servidores que negociavam e cobravam por procedimentos e um ex-servidor que, mesmo exonerado, teria continuado a intermediar cirurgias.

O caso contou com interceptações telefônicas e medidas judiciais para afastamento de sigilos bancário, fiscal e financeiro. Essas medidas teriam revelado movimentações incompatíveis com rendimentos oficiais e pagamentos — inclusive via PIX — a parentes de investigados como contrapartida por procedimentos, o que reforça a suspeita de enriquecimento ilícito. As autoridades dizem que a operação prossegue conforme diligências e análise de provas.